Iniciei a minha formação em cerâmica em 2017, na ÁRVORE - Cooperativa de Actividades Artísticas CRL, no Porto, sob os olhares atentos dos mestres Carlos dos Reis e Pedro Gil. Desde então baseei o meu percurso na descoberta de novas técnicas e matérias, em várias abordagens à transformação do barro, entre residências em estúdios de cerâmica no norte e a sul do país.
Na cerâmica assino as minhas peças com os meus nomes de família, como uma herança, e é também na herança da diversidade da Cerâmica Portuguesa que encontro inspiração, de diversas formas.
Sou natural de Trás os Montes, e recolho influência na natureza e na cultura tradicional da região. Os tons verde, de pinheiros e de oliveiras, predominam em peças que crio, assim como as referências à terra, em vários tons de barro.
Faço a minha residência artística atual na cidade do Porto, uma cidade que se transforma a cada dia que passa. A cor azul da sua identidade, do mar e dos azulejos encontrados em cada canto entre ruas estreitas, manifesta-se também na cor azul cobalto presente e muitos trabalhos que faço.
Em termos de busca pessoal, continuo a desenvolver o conceito de “Lugares Comuns”, tema da minha exposição mais recente, onde exploro através de diversas práticas, a representação do quotidiano, da rotina, manifestados através da cerâmica; assim como uma constante busca pela inspiração divina, materializada pela figura da deusa Vénus, que abençoa a multiplicidade da criação das minhas obras.